CINEMA NOIR

NEO-NOIR- CIDADE DAS SOMBRAS 1998

sexta-feira, 25 de maio de 2012

A MULHER NO INICIO DO SÉCULO





No último terço do século XIX e no século XX, o grande progresso tecnológico veio alterar um status milenar. Os equipamentos e facilidades modernas (saneamento, distribuição domiciliar de água e encanação do gás, congelamento de alimentos, etc.) eliminaram grande número de tarefas domésticas. Também reduziram o esforço e o tempo necessário para execução de muitas outras, e – o que foi o mais importante –, permitiram um nivelamento do requisito de aptidões: colocaram tarefas até então exclusivamente masculinas factíveis por mulheres em grande número de setores, inclusive militar (portar uma metralhadora que pesa 2 quilos e meio não exige o mesmo esforço que combater metido em uma armadura de ferro de 70 quilos). Ao mesmo tempo, a expansão econômica que acompanhou a modernização tecnológica contribuiu para trazer a mulher a novas atividades, por necessidade de mão de obra.
Em pouco tempo eram legiões de moças solteiras empregadas em escritórios e fábricas, bibliotecas e serviços públicos. As mulheres casadas juntaram-se às trabalhadoras quando os orfanatos passaram a prestar cuidados diaristas a crianças e bebês, surgindo dessa adaptação instituições novas: as “creches” e os “jardins da infância”. Os pais podiam sustentar a estrutura tradicional do lar tendo os filhos à noite e nos fins de semana em sua companhia.
Mas a quebra daquela delimitação das funções, que era precisa e de longo tempo aceita, não foi vista por todos como devida naturalmente à modernização do trabalho tanto doméstico como assalariado. Muitos viram na pretensão feminista uma descaracterização do Ser feminino, uma masculinização, como se a mulher pretendesse exibir predicados masculinos, repudiando os femininos. Por essa razão foram necessárias árduas campanhas em favor de uma nova mentalidade – para que a mulher pudesse ter o novo status que aspirava – e ainda se batalha para que receba o salário justo pelo seu trabalho.
Direito de voto. Com sua maior participação no panorama econômico, era justo e mesmo necessário que a mulher participasse também das decisões políticas tomadas no controle da economia e do bem estar social. Surgiu o movimento sufragista feminino (pelo direito do voto).
Sendo de fundo econômico, era natural que o movimento sufragista tivesse origem simultânea nos dois paises economicamente mais desenvolvidos: Inglaterra e Estados Unidos. Na França, apesar da significativa participação das mulheres na Revolução Francesa – episódio que foi um marco histórico para os Direitos Humanos – foram isoladas as vozes femininas reivindicadoras do direito ao voto. Na época, o problema que preocupava eram os maus tratos que os homens embrutecidos davam às suas mulheres e filhos. As feministas, e inclusive os intelectuais que se condoíam com a situação, escreviam contra a estupidez masculina, e prescreviam como remédio melhor educação para homens e mulheres.
A importância da revisão do status feminino não escapou ao filósofo John Stuart Mill (1806-1873), que publicou, em co-autoria com sua esposa Harriet Taylor Mill (1807-1856) o livro Submition of the woman, em 1869. Eles não enfocaram a educação, mas o direito de voto.
Grandemente traduzido e divulgado em diversos países, o livro dos Mill, pela sua oportunidade e pelo seu novo enfoque, causou grande impacto: era necessário revogar as leis originárias do poder absoluto dos reis e do domínio das consciências pela Religião oficial do Estado, e vencer a inércia das próprias mulheres pois, na opinião do filósofo, sem a contribuição feminina o progresso do país ficaria comprometido. Em 1867 nasceu a primeira associação feminista em prol do direito de voto, a National Society for Woman’s Suffrage, liderada por Lydia Becker. Em 1919, com o apoio do presidente democrata Wodrow Wilson, foi aprovada nos Estados Unidos a XIX Emenda Constitucional que concedia o direito de voto às mulheres.
Na Inglaterra, no entanto, as próprias mulheres se organizaram contra o voto feminino, reconhecendo o perigo que era para a família tradicional a alteração do status feminino na sociedade. Uma forte reação foi desencadeada pela Women's National Anti-Suffrage League (Liga Nacional ante-sufragista) contra o voto feminino, liderada por uma escritora muito lida, Mary Ward. Porém a premência econômica, sobretudo pelo esforço demandado dos britânicos na sustentação da primeira guerra mundial (1914-1918) e a demanda de mão de obra na recuperação econômica do pós-guerra, terminariam por derrubar quaisquer barreiras à mudança do status feminino. Dez anos depois, em 1928, o direito de voto foi concedido às mulheres britânicas.

O JAZZ



O jazz é uma manifestação artístico-musical originária dos Estados Unidos. Tal manifestação teria surgido por volta do início do século XX na região de Nova Orleães e em suas proximidades, tendo na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.
O Jazz se desenvolveu com a mistura de várias tradições musicais, em particular a afro-americana. Esta nova forma de se fazer música incorporava blue notes, chamada e resposta, forma sincopada, polirritmia, improvisação e notas com swing do ragtime. Os instrumentos musicais básicos para o Jazz são aqueles usados em bandas marciais e bandas de dança: metais, palhetas e baterias. No entanto, o Jazz, em suas várias formas, aceita praticamente todo tipo de instrumento.
As origens da palavra Jazz são incertas. A palavra tem suas raízes na gíria norte-americana e várias derivações têm sugerido tal fato. O Jazz não foi aplicado como música até por volta de 1915. Earl Hines, nascido em 1903 e mais tarde se tornou celebrado músico de jazz, costumava dizer que estava "tocando o piano antes mesmo da palavra "jazz" ser inventada".

Desde o começo do seu desenvolvimento, no início do século XX, o Jazz produziu uma grande variedade de subgêneros, como o Dixieland da década de 1910, o Swing das Big bands das décadas 1930 e 1940, o Bebop de meados da década de 1940, o Jazz latino das décadas de 1950 e 1960, e o Fusion das décadas de 1970 e 1980. Devido à sua divulgação mundial, o Jazz se adaptou a muitos estilos musicais locais, obtendo assim uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica.

FUTURISMO NO BRASIL

O futurismo influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas, como Oswald de Andrade e Anita Malfatti, que tiveram contato com o Manifesto Futurista e com Marinetti em viagens à Europa já em 1912. Após uma interrupção forçada pela Grande Guerra, o contato foi retomado. Foi certamente uma das influências da Semana de Arte Moderna de 1922, e seus conceitos de desprezo o passado para criar o futuro e não à cópia e veneração pela originalidade caiu como uma luva no desejo dos jovens artistas de parar de copiar os modelos europeus e criar uma arte brasileira. Oswald , principalmente, percebeu-se que o Brasil e toda a sua multiplicidade cultural, desde as variadas culturas autóctones dos índios até à cultura negra, representavam uma vantagem e que com elas se podia construir uma identidade e renovar as letras e as artes

FUTURISMO


Giacomo Balla 


O futurismo é um movimento artístico e literário, que surgiu oficialmente em 20 de fevereiro de 1909 com a publicação do Manifesto Futurista, pelo poeta italiano Filippo Marinetti, no jornal francês Le Figaro. Os adeptos do movimento rejeitavam o moralismo e o passado, e suas obras baseavam-se fortemente na velocidade e nos desenvolvimentos tecnológicos do final do século XIX. Os primeiros futuristas europeus também exaltavam a guerra e a violência. O Futurismo desenvolveu-se em todas as artes e influenciou diversos artistas que depois fundaram outros movimentos modernistas.
No primeiro manifesto futurista de 1909, o slogan era Les mots en liberté ("Liberdade para as palavras") e levava em consideração o design tipográfico da época, especialmente em jornais e na propaganda. Eles abandonavam toda distinção entre arte e design e abraçavam a propaganda como forma de comunicação. Foi um momento de exploração do lúdico, da linguagem vernácula, da quebra de hierarquia na tipografia tradicional, com uma predileção pelo uso de onomatopéias. Essas explorações tiveram grande repercussão no dadaísmo, no concretismo, na tipografia moderna, e no design gráfico pós-moderno. Surgiu na França,seus principais temas são as cores.
A pintura futurista foi explicitada pelo cubismo e pela abstração, mas o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens pretendia dar a ideia de dinâmica, deformação e não- materialização por que passam os objetos e o espaço quando ocorre a ação. Para os artistas do futurismo os objetos não se concluem no contorno aparente e os seus aspectos interpenetram-se continuamente a um só tempo. Procura-se neste estilo expressar o movimento atual, registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
Suas principais caracteristicas são:
Desvalorização da tradição e do moralismo;
Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
Propaganda como principal forma de comunicação;
Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias;
Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade;
Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo.